segunda-feira, 22 de abril de 2024

Figura(CHN): Lando Norris

 A McLaren chegou à Xangai pessimista pelas características da pista chinesa. Andrea Stella falava em contenção de danos. No entanto, faltou 'combinar' com Lando Norris. O inglês da McLaren teve um final de semana sensacional, onde foi pole da Sprint Race com pista molhada, conseguiu ficar na segunda fila no grid para a corrida principal e na prova, fez um trabalho sólido para capitalizar os dois Safety-Cars e conseguir um surpreendente segundo lugar, separando os dois pilotos da Red Bull, no que parecia uma dobradinha certa, superando com relativa facilidade da dupla da Ferrari, que tem no momento o segundo melhor carro do pelotão. Lando Norris entregou mais do que o potencial do seu McLaren e sua vitória já é mais do que merecida. É questão de tempo.

Figurão(CHN): Lewis Hamilton

 Os números não negam que Lewis Hamilton está no olimpo dos grandes da história da F1. São mais de cem vitórias e poles, além de sete títulos mundiais. Por melhor que seja seu carro, ninguém faz isso em vão. Lewis é muito, muito bom. No entanto, na comparação com outras grandes lendas da F1, Hamilton peca num quesito que ficou explícito na corrida dessa domingo: a mentalidade. Senna, Schumacher e o próprio Max Verstappen já se viram em situações desfavoráveis durante a carreira e nem por isso ficaram chorando pelos cantos (ou pelo rádio) para se justificar suas corridas ruins. Eles trabalharam firme com suas equipes para conseguir evoluir e muitas vezes entregaram mais que o potencial que os carros que pilotavam. Mesmo não duvidando que Hamilton esteja trabalhando firme para melhorar seu carro, a forma como o inglês reclama de tudo via rádio irrita, dando a sensação de que bastava Lewis mostrar seu talento para que ele saía das enrascadas que se vê metido pelo terceiro carro errático consecutivo da Mercedes. Hamilton, contudo, canaliza tanto suas frustrações no carro, que ele poderia fazer um trabalho melhor, algo que seu companheiro de equipe vez fazendo. Corridas como a de domingo fazem com que muitos duvidem da qualidade de tudo que Lewis Hamilton conquistou. 

domingo, 21 de abril de 2024

Maquinista do trem


 Ver lendas dos esporte sempre é prazeroso e quem acompanha a Indy tem a sorte de assistir Scott Dixon na pista. O neozelandês da Ganassi já é um dos maiores pilotos da Indy, com inúmeros títulos e vitórias, algumas delas contando com a astúcia de Dixon. Hoje foi o caso. Scott Dixon largou apenas em oitavo, mas sabendo usar da estratégia, o veterano piloto soube se colocar na ponta e segurar um trem de pilotos bem mais rápidos do que ele para faturar a tradicional corrida em Long Beach, garantindo incríveis vinte temporadas consecutivas com pelo menos uma vitória na Indy.

A corrida em Long Beach foi separada em duas, quando o novato Christian Rasmussen encostou no muro após o famoso Hairpin e acabou batendo mais forte algumas curvas depois. A bandeira amarela apareceu na volta 18, bem no meio do primeiro stint, fazendo com que pilotos e equipes tivessem que fazer uma escolha estratégica. Até aquele momento a corrida era dominada por Will Power, que ultrapassou o pole Felix Rosenqvist na primeira volta e liderava com facilidade. No entanto, o australiano da Penske e um punhado de pilotos foram aos pits nesse momento, enquanto praticamente outra metade ficou na pista, liderados por Josef Newgarden.

Mesmo sendo um circuito de rua, essa acabou sendo a única bandeira amarela do dia, o que atrapalhou a turma que parou mais cedo, que incluía Scott Dixon. O piloto da Ganassi era o segundo no grupo que pararam junto com Power e ultrapassou o piloto da Penske logo depois da relargada, passando a ser o primeiro dessa turma. A corrida transcorreu normalmente, o que fazia com que os pilotos que pararam mais cedo tivessem que fazer uma corrida de economia radical de combustível, enquanto a outra turma poderia queimar metal à vontade. Isso, claro, com todo mundo parando duas vezes. No último stint, Dixon emergiu na frente, mas tinha Newgarden sem nenhuma reserva para acelerar e rapidamente o americano, que completou duzentas corridas na Indy hoje, encostou em Scott. E ainda restavam mais de quinze voltas.

Numa das corrida mais tensas e emocionantes dos últimos tempos, Scott Dixon fez sua mágica ao economizar combustível, ao mesmo tempo que administrava muito bem os ataques de Newgarden, que preso atrás de Dixon, viu Herta e Palou encostaram. Logo os quatro primeiros andavam juntos, tendo que serpentear entre retardatários. Numa dessas, Herta bateu na traseira de Newgarden, fazendo o piloto da Penske perder muito tempo na saída do Hairpin e cair para quarto, tendo que enfrentar os ataques de Marcus Ericsson, que entrara na festa. A corrida foi chegando ao fim e somente a classe e o talento de Scott Dixon foi capaz de fazê-lo segurar a ponta até a bandeirada, liderando um trem de quatro carros próximo a ele. São vitórias assim que fazer de Scott Dixon numa lenda do automobilismo.


Passeio chinês


O resultado foi o mesmo de sempre. Vendo o que aconteceu na Sprint, era difícil de imaginar algo diferente do que foi visto no domingo. Max Verstappen massacrando os rivais. Se não fosse o Safety-car, a diferença de pouco mais de 13s para o segundo colocado Norris seria ainda maior. Max e o modelo RB20 simplesmente não tem rivais nesse momento, principalmente numa corrida ocorrida em condições normais.


Porém, não podemos afirmar que a corrida realizada no circuito de Xangai foi chata ou ruim. Provavelmente foi melhor que as demais nesse começo de temporada 2024, pelas alternativas trazidas pelos dois Safety-Cars no meio da corrida, sem contar o alto desgaste de pneus que sempre caracterizou a pista chinesa. Porém, isso não fez com que Verstappen tivesse um trabalho hercúleo para administrar a prova após apontar da curva 2 na frente, quando viu Fernando Alonso fazer magia na largada e chegar a colocar seu Aston Martin de lado na curva 1. Max simplesmente despachou os adversários e só os viu mais de perto durante os períodos de SC. Sua vitória de número 58 só confirma um domínio avassalador na F1 atual, onde o piloto da Red Bull segue impávido rumo ao tetracampeonato. 


Contudo, do segundo lugar para trás a corrida teve muita história para contar. Surpreendido pela largada impressionante de Alonso, Pérez respirou fundo e usando a força do seu carro, ultrapassou o espanhol poucas voltas depois, mas se encontrando 5s atrás de Max, porém, indicando uma corrida solitária do mexicano. Era a mostra de mais uma dobradinha da Red Bull, mas dois SCs estragou definitivamente a tática de Checo. Quando fez sua primeira parada, Pérez estava no meio do pelotão, já que Norris e Leclerc resolveram esticar o primeiro stint. O motor quebrado de Bottas ajudou sobremaneira Norris e Leclerc, que pararam durante a neutralização da corrida e como na relargada houve mais um incidente que trouxe Bernd Maylander de volta à pista, Lando e Charles teriam mais chances de conservar seus pneus nas voltas finais, complicando a vida de Pérez, que forçou seus pneus para ultrapassar Leclerc, mas acabou sem borracha para atacar Norris, que garantiu um excelente segundo lugar, numa pista onde a McLaren esperava reduzir os danos e acabou no pódio. Pérez vem fazendo uma temporada melhor do que a anterior e está confortavelmente na vice-liderança do campeonato, mas quando ele não completa uma dobradinha após uma corrida dominante de Verstappen, sem sombra de dúvidas isso chama a atenção e aumenta a pressão sobre Checo, que não teve seu contrato renovado e vê a Red Bull claramente conversando com outros pilotos.


Já com o contrato renovado com a Aston Martin, Fernando Alonso percebeu que a equipe verde não tem mais um carro tão forte como no ano passado e por isso resolveu se divertir. No sábado, Alonso não ligou para o desgaste de pneus e se defendeu como se não houvesse amanhã dos ataques de Sainz, Pérez e Leclerc, proporcionando uma das melhores corridas Sprint da curta história da experiência. No domingo Alonso efetuou uma largada extraordinária, tentou um ataque à Verstappen, mas sucumbiu à força da Red Bull. Parecia que Alonso teria uma corrida burocrática pela frente, mas um erro estratégico da Aston Martin durante os períodos de SCs fez com que Fernando fizesse uma terceira parada e se tornasse o piloto mais rápido das voltas finais, realizando várias ultrapassagens até ele retornar ao sétimo lugar. Mais pontos para a Aston Martin, que como se tornou usual, não pôde contar com Lance Stroll, que cometeu um erro estúpido na primeira relargada e acertou em cheio a traseira de Ricciardo, que na sequência bateu em Piastri, que teve seu carro danificado, mas permaneceu na pista, enquanto Daniel continuava sua dramática temporada com outro abandono. O mais incrível é que Lance não assume seus erros e a punição de 10s ficou até barata pelo estrago que o canadense fez. Lance vive numa bolha onde ele não erra, em qualquer setor da vida, incluindo a profissão que ele escolheu (ou lhe foi imposta pelo pai?) que é ser piloto de corridas. É cada vez mais flagrante que Lance Stroll não merece estar na F1.


A Ferrari fez uma corrida chinfrim para quem se autointitula como segunda força do campeonato. Logo de cara seus dois pilotos se atrapalharam na largada e com isso perderam duas posições. Leclerc se recuperou mais rapidamente e dessa vez andou na frente de Sainz a corrida inteira. Numa pista de alto desgaste de pneus, a Ferrari parar apenas uma vez demonstra a evolução da equipe nesse quesito, além de Charles ter tido sorte com o SC na hora certo, porém, isso não lhe deu um pódio, relegando-o ao quarto lugar, com Sainz mais de 10s atrás, tendo que enfrentar a pressão de Russell no final. Toto Wolff já revelou que a Mercedes, equipe que parecia infalível nos seus anos, errou mais uma vez no carro em 2024. Liderando a equipe no momento, Russell ainda salvou um sexto lugar, mas longe de brigar por algo melhor, enquanto Hamilton, que errou na classificação e largou na penúltima fila, fez uma corrida de recuperação com pitadas de lágrimas via rádio. Foi irritante a forma como Hamilton se lamentava do seu carro. Essa mentalidade chorosa de Lewis é bem distinta dos grandes pilotos da história. 


Com Stroll sendo Stroll, restou apenas uma vaga na zona de pontuação para as demais equipe e ela acabou ficando com Hulkenberg, que fez uma corrida sólida para ser décimo. Bottas era o favorito a ficar com esse lugar, mas o motor estourado acabou com os sonhos dele e da Sauber. As cenas pós-corrida de Zhou sendo ovacionado pela torcida, não importando sua posição final (14º) foi dos pontos altos do final de semana. A Alpine mostrou uma pequena melhoria e Ocon chegou a sonhar com os pontos, mas acabou atropelado por Alonso para terminar em 11º, logo à frente de Albon. Se Hulk marca pontos, Magnussen marca punições, com outro incidente que lhe fez ser punido, ao tocar em Tsunoda num incidente completamente evitável.


No retorno chinês ao calendário da F1, Max Verstappen venceu pela primeira vez na pista xangaiense e da mesma forma como fez nos últimos dois anos. Dominando, parecendo que estava passeando a 300 km/h. O que Max vez fazendo na F1 atual é algo ao mesmo tempo impressionante e assustador. No suprassumo do automobilismo, Verstappen brinca de vencer. Depois da corrida a Red Bull falou: "Max não é humano". A falta de erros e a vontade de continuar dominando faz parecer que Max Verstappen comprou o game F1 2024 antecipado e está jogando no modo fácil. Realmente parece algo sobre-humano. 

sábado, 20 de abril de 2024

Sábado daqueles

 


Esse sábado será lembrado com algum carinho por Max Verstappen, além de um momento de reflexão. A F1 tem no seu grid os melhores pilotos do mundo, onde muitos deles se sacrificaram bastante, além de suas famílias, para chegar na principal categoria do automobilismo. Não tem bobo na F1, mesmo com Strolls e Sargeants por ali. E você conseguir exercer um grande domínio na F1 é algo muito grande. Max Verstappen conseguiu a pole para a corrida principal e a vitória na Sprint Race com tamanha facilidade que faz o neerlandês num dos grandes, mesmo tendo em mãos mais uma obra-prima de Adrian Newey. Na corrida curta, Max ainda enfrentou um ligeiro problema na bateria antes de atacar quem vinha pela frente e meter mais de 10s no segundo colocado Hamilton, que horas mais tarde amargaria uma decepcionante eliminação no Q1. E vendo a Sprint não se pode dizer que a F1 está excessivamente chata. A disputa pela terceira posição envolvendo Alonso, Sainz, Pérez e Leclerc foi a melhor disputa do ano, mesmo que grande protagonista da contenda, Alonso, tenha sido o principal prejudicado. Todos esses pilotos citados já venceram corridas e alguns campeonatos, mas nada parece parar Verstappen, que teve um sábado daqueles.

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Vinte anos da consagração de Rossi


Valentino Rossi confirmava tudo que se esperava dele e conquistara três títulos seguidos na MotoGP, mas havia quem dissesse que o fator que estava fazendo diferença à favor do italiano era a força da Honda, algo que os japoneses não escondiam que concordavam. Isso causava alguns atritos entre Honda e Rossi, que pensou que era ele e não a moto, que estava fazendo a diferença. Por isso que todos ficaram estupefatos quando Valentino anunciou que estava abandonando a Honda para se transferir para a Yamaha, que passara o ano de 2003 em branco e estava em crise técnica. A Honda teve seus brios feridos e contratou Alexandre Barros e Max Biaggi, um dos que mais instigavam que o motivo do domínio de Rossi era pela enorme diferença que a Honda tinha para as demais.

No dia 18 de abril de 2004, no circuito sul-africano de Welkom, um tira-teima de tirar o fôlego aconteceu na abertura da temporada da MotoGP. De um lado Rossi queria provar que ele poderia vencer em qualquer moto. Do outro, a Honda queria provar que qualquer que tivesse uma de suas motos venceria na MotoGP. E se fosse com o inimigo declarado Biaggi, ainda melhor!

A corrida em Welkom foi amplamente dominada por Rossi e Biaggi, que disputaram palmo a palmo a vitória. Nas últimas voltas, Vale fez uma ultrapassagem ousada em cima de Biaggi, que mesmo tentando de tudo, não impediu a vitória de Rossi. Era a primeira vitória da Yamaha desde 2002. Com Biaggi...

Valentino Rossi vibrou como nunca, chegando a sair da moto e beija-la, antes de sentar ao lado do guard-rail, em claro momento de júbilo. Aquela vitória, considerada impossível para muitos, foi apenas o início da belíssima e premiada parceria entre Valentino Rossi e a Yamaha.

domingo, 14 de abril de 2024

Top Gun

 


Numa corrida de tirar o fôlego, Maverick Viñales deu uma volta por cima emocionante nessa tarde em Austin. Após sair da Yamaha pelas portas dos fundos em 2021 e acusado de ter tentado quebrar sua moto de propósito, Viñales achou abrigo na Aprilia, muito influenciado pela sua amizade com Aleix Espargaró. A moto italiana foi das melhores em 2023 e iniciava essa temporada em franca evolução, fazendo com que Maverick crescesse junto, culminando num final de semana próximo da perfeição em Austin, onde foi pole, venceu a Sprint e com a vitória na categoria principal, Maverick Viñales se tornou o primeiro piloto a vencer por três marcas diferentes na era da MotoGP (Suzuki, Yamaha e Aprilia).

A corrida em Austin nem parecia tão boa para Maverick em seu início. O espanhol da Aprilia largou mal e ao ser espremido por Bagnaia na curva um, acabou desabando para nono lugar. Lá na frente a sensação Pedro Acosta liderava pela primeira vez na MotoGP, mas o jovem espanhol e nem ninguém no primeiro pelotão teria sossego numa corrida eletrizante. Acosta tinha a companhia de Jorge Martin e Marc Márquez, com os três trocando de posição de forma insana nas primeiras voltas, enquanto Bagnaia se aproximava da briga. Márquez chegou a encostar em Martin numa tentativa para lá de otimista na última curva, mostrando que em Austin, uma das pistas que mais favorece Marc, ele estava muito forte. Márquez assumiu a ponta, mas sabia que nas freadas Acosta estava muito forte e na entrada da curva 11, acabou perdendo a frente e caindo, para desgosto de todos que acompanhavam a prova, além de sua equipe, que na volta anterior tinha perdido o outro Márquez.

Isso deixava Acosta na ponta, mas a ascensão de Maverick era simplesmente imparável. O espanhol da Aprilia atropelou quem vinha pela frente, começando por Jack Miller e logo depois a dupla da Ducati oficial, com Bastianini já na frente de Bagnaia, que uma corrida bastante apagada na sua metade final. Martin também mostrava dificuldades e praticamente não colocou muita objeção aos ataques de Viñales. Restava Acosta. O piloto da KTM tinha a primeira vitória ao seu alcance, mas Maverick se mostrou forte demais e Viñales assumiu a ponta para não mais perdê-la até a bandeirada, ficando claramente emocionado quando garantiu mais uma vitória, com a terceira moto diferente. Acosta mostrou mais uma vez que poderá se tornar um fenômeno tão incrível como Márquez, terminando em segundo e se garantindo como a melhor KTM do pelotão, mas o mais importante foi a capacidade de Acosta de enfrentar as grandes estrelas da MotoGP de igual para igual. Bastianini ainda teve tempo de tirar Martin do pódio e se garantir na vice-liderança do Mundial, apenas 21 pontos atrás de Martin, que faz campanha descarada para tirar o lugar do próprio Enea na equipe oficial da Ducati. Bela resposta de Bastianini.

Foi uma corrida daquelas na MotoGP, dando um prospecto de uma campeonato sensacional pela frente, com o crescimento da Aprilia, que quebrou uma sequência de onze vitórias consecutivas da Ducati, fazendo aumentar a confiança de Maverick. Quando parar de cair e se acostumar mais à nova moto, Márquez sempre brigará por vitórias, enquanto Acosta já é uma realidade. Uma realidade assustadora para os seus rivais, enquanto a Ducati, que se gaba de ter tantos pilotos na ponta, pode se perder em não apostar as fichas em apenas um deles. Isso, sem contar mais um vexame das motos japonesas, com Quartararo decepcionando em sua primeira corrida após renovar seu contrato com a Yamaha, deixando para lá um convite da Aprilia. Com a demonstração de hoje, Fabio poderá se arrepender amargamente de sua escolha, algo que Maverick Viñales simplesmente não o faz.