sábado, 5 de maio de 2018

História: 15 anos do Grande Prêmio da Espanha de 2003

Depois de muitos testes e algum suspense, quinze anos atrás a nova Ferrari F2003-GA (de Gianni Agnelli, morto no começo de 2003) faria seu debute de forma oficial na F1 em Barcelona. O novo carro deu muito trabalho à Ferrari quanto à confiabilidade, mas o ritmo do F2003-GA era superior ao carro de 2002, que havia dominado a concorrência na temporada anterior e permitiu a Schumacher uma vitória tranquila na corrida anterior em Ímola, mesmo o alemão estando de luto pela morte da mãe. Porém, as equipes rivais, particularmente Williams e McLaren, não ficaram paradas e testaram bastante. A McLaren também fazia muito suspense sobre o novo MP4/18, mas esse carro, muito bonito por sinal, não sairia do papel e o time de Woking correria todo o ano de 2003 com o carro do ano anterior com alguma modificações. Numa sessão de testes em Silverstone, Montoya sofreu um grave acidente e mesmo tendo destruído seu carro, o colombiano saiu ileso e com o melhor tempo. Com a presença de Fernando Alonso, a visibilidade da F1 na Espanha ganhou ares de mania nacional. Era a Alonsomania.

Conforme esperado pelo potencial demonstrado do novo carro, a Ferrari dominou a primeira fila, deixando as equipes com uma péssima sensação de deja-vu, porém, empurrado por sua torcida, Alonso ficou muito próximo na terceira posição, superando as duplas de McLaren e Williams com larga vantagem. As principais rivais da Ferrari em 2003 decepcionaram e ficaram mais para o meio do pelotão. Pior foi Raikkonen. Liderando o campeonato, Kimi teve problemas na classificação e largaria em último, dando à Schumacher a chance de retomar a liderança para si, mas o alemão começaria a conhecer um rival perigoso no domingo.

Grid:
1) M.Schumacher (Ferrari) - 1:17.762
2) Barrichello (Ferrari) - 1:18.020
3) Alonso (Renault) - 1:18.233
4) Trulli (Renault) - 1:18.615
5) Button (BAR) - 1:18.704
6) Panis (Toyota) - 1:18.811
7) R.Schumacher (Williams) - 1:19.006
8) Coulthard (McLaren) - 1:19.128
9) Montoya (Williams) - 1:19.377
10) Frentzen (Sauber) - 1:19.427

O dia 4 de maio de 2003 amanheceu ensolarado em Barcelona, típico clima do sempre morno Grande Prêmio da Espanha, mas havia algo diferente para 'esquentar' naquele dia. O circuito de Barcelona sempre recebeu bons públicos para a sua prova de F1, mas o circuito espanhol localizado em Montmeló somente pulsava nas corridas do Mundial de Motovelocidade, onde a torcida espanhola sempre tinha um compatriota para torcer. Quinze anos atrás seria diferente. Com Alonso começando a se destacar e um bom trabalho da mídia espanhola, o povo começava a se enamorar pelo asturiano. Num público de MotoGP, a F1 viu o recorde de público na Espanha ser batido para ver Alonso e o piloto da Renault não decepcionaria naquele dia. Fernando larga muito bem e se coloca entre as duas Ferraris, mas Barrichello usa sua maior experiência para contornar o carro de Alonso e se manter em segundo, enquanto mais atrás o caos acontecia. Trulli e Coulthard se tocam, causando o abandono do italiano e David teve que ir aos boxes para reparos. Se o dia da McLaren estava ruim ficaria ainda pior, quando Antônio Pizzônia ficou parado no grid e acabou atingido por Raikkonen, destruindo a corrida de ambos naquele momento e trazendo o safety-car para a pista.

O carro de segurança fica na pista até a volta 5 e quando a corrida é reiniciada, os dois carros da Williams começavam uma recuperação e ficavam logo atrás do terceiro colocado Alonso, com Ralf à frente de Montoya, seguidos pela dupla da BAR e Cristiano da Matta, em ótima largada com a Toyota. A cada passagem de Alonso, menos de 2s atrás de Barrichello, a torcida se manifestava nos únicos momentos de emoção de uma corrida modorrenta, onde nada acontecia pela dificuldade de ultrapassagem num circuito de uma reta muito longa, mas que a última curva rápida atrapalhava na aproximação do carro da frente. Quando a primeira rodada de paradas estava para começar, Villeneuve abandona com o motor quebrado e as coisas piorariam para a BAR algumas voltas depois. Após completar sua parada, Button tentou ultrapassar Coulthard e os dois se tocam, fazendo o piloto da McLaren abandonar e Button teve que retornar aos pits na mesma volta para reparos, perdendo a chance de pontuar. Para alegria da torcida espanhola Alonso para três voltas antes de Barrichello e quando o brasileiro voltava à pista, ele acabou atrás de Alonso.

Alonso tenta manter contato com Schumacher, mas não houve uma briga real entre eles. Quando ambos fizeram suas segundas paradas, eles encontraram a lenta Williams de Ralf Schumacher, que os segurou por alguns momentos, até Ralf errar e ser ultrapassado pelos dois. Montoya se aproxima do seu companheiro de equipe e ultrapassa o alemão de forma arrojada na primeira curva. Em Barcelona, percebendo que os pneus estavam se desgastando muito e que não valia a pena ficar tanto tempo na pista com uma borracha assim, as equipes resolveram adotar uma terceira parada, onde praticamente todas as equipes fizeram isso. No momento em que a terceira parada se aproximava, Alonso tentava uma aproximação em cima de Schumacher, mas quando a terceira rodada de paradas aconteceu, as posições permaneceram as mesmas. A corrida se acalma mais uma vez e a única briga que acontecia na pista era pela quinta posição. Tentando marcar seus primeiros pontos na F1, Cristiano da Matta atacava Ralf Schumacher, claramente mais lento do que ele. No Brasil se criticou a falta de agressividade de Kiki, mas Da Matta fez um bom papel e garantiu seus primeiros pontos e muitos elogios da Toyota. Outro que marcava ponto pela primeira (e única) vez na F1 era Ralph Firman, que com o oitavo lugar saía do zero no campeonato. Mesmo com a vitória, Schumacher ainda não assumia a liderança do campeonato, mas pela primeira vez enfrentou Fernando Alonso, que levantou a torcida espanhola em Barcelona.

Chegada:
1) M.Schumacher
2) Alonso
3) Barrichello
4) Montoya
5) R.Schumacher
6) Da Matta
7) Webber
8) Firman

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