quinta-feira, 24 de maio de 2018

História: 20 anos do Grande Prêmio de Mônaco de 1998

Os resultados de Mika Hakkinen em Monte Carlo não eram nada animadores até 1998. O finlandês até gostava da pista e largara em boas posições, mas ele simplesmente abandonou todas as corridas que disputou no principado, abrindo esperanças para os rivais para a corrida de vinte anos atrás, principalmente Michael Schumacher, já considerado um especialista no apertado e especial circuito de rua monegasco. Porém, o McLaren MP4/13 era o melhor carro do pelotão com grande vantagem e Hakkinen não apenas vinha de uma vitória dominante em Barcelona, como também marcara o tempo mais rápido nos testes pré-corrida.

Querendo espantar qualquer tipo de zebra, Hakkinen foi o mais rápido nos treinos livres e marcou uma pole atordoante, sendo o único a andar na casa de 1:19. Como não poderia deixar de ser com o domínio da McLaren, Coulthard completou a dobradinha prateada, com o surpreendente Giancarlo Fisichella ficando em terceiro. Vindo de um início de temporada difícil e superado pelo companheiro de equipe Alexander Wurz, Fisico marcou o segundo melhor tempo da segunda sessão de quinta-feira e ficou em terceiro na classificação, logo à frente de Schumacher, que sofria com sua Ferrari. Outra surpresa era o bom desempenho da Arrows, principalmente de Mika Salo, que adorava o circuito de Mônaco para garantir um raro top-10 no grid para a pequena equipe inglesa. Se Salo adorava Mônaco, Villeneuve odiava a pista e o então campeão do mundo era apenas 13º no grid. O brasileiro Ricardo Rosset nunca se encontrou no circuito seletivo de Mônaco e após vários acidentes, incluindo uma em sua última volta rápida onde ele bateu enquanto dava um cavalo-de-pau, Rosset não marcou tempo bom o suficiente para largar no domingo, ficando de fora da largada.

Grid:
1) Hakkinen (McLaren) - 1:19.798
2) Coulthard (McLaren) - 1:20.137
3) Fisichella (Benetton) - 1:20.368
4) M.Schumacher (Ferrari) - 1:20.702
5) Frentzen (Williams) - 1:20.729
6) Wurz (Benetton) - 1:20.955
7) Irvine (Ferrari) - 1:21.712
8) Salo (Arrows) - 1:22.144
9) Herbert (Sauber) - 1:22.157
10) Trulli (Prost) - 1:22.238

O dia 24 de maio de 1998 amanheceu encoberto na bela paisagem do Mar Mediterrâneo ao lado do principado de Mônaco, mas ao contrário dos dois anos anteriores, não haveria chuva na corrida. Os clientes da Bridgestone, em particular McLaren e Benetton, escolheram os pneus duros, enquanto os pilotos da Goodyear fizeram a escolha pelos pneus macios, com exceção da Frentzen e da dupla da Sauber. Tradicional local de enroscos, a St Devote viu uma largada tranquila, com o duo da McLaren se sobressaindo sobres os demais sem maiores problemas, com Hakkinen à frente de Coulthard, com Fisichella liderando o segundo pelotão, seguido por Schumacher, Wurz, Frentzen, Irvine, Salo, Alesi e Trulli.

O primeiro incidente, logo na volta de abertura, foi com o argentino Esteban Tuero batendo sua Minardi no guard-rail. Incidente comum, principalmente com um piloto estreante como Tuero. Hakkinen rapidamente abriu 3s sobre Coulthard, enquanto Fisichella segurava Schumacher, dando a sensação que o italiano tinha um bom ritmo de classificação, mas nem tanto em corrida. Na décima volta, Irvine tenta uma manobra audaciosa na briga com Frentzen pelo quinto lugar. No hairpin Lowes, o piloto da Ferrari colocou por dentro e o toque foi inevitável. Irvine continuou na corrida, mas Frentzen acabou no muro e era o fim da corrida para o alemão, enquanto a Williams via Villeneuve numa obscura 14º posição. Coulthard aumentou o ritmo e fez a volta mais rápida, mas o escocês seria traído pelo motor Mercedes na volta 18 e David abandonaria pela primeira vez em 1998. Com o abandono do companheiro de equipe, Hakkinen tinha uma vantagem de 19s sobre Fisichella, mas com a chegada em um grupo de retardatários, Mika viu Fisichella surgir apenas 8s atrás. Schumacher vinha próximo de Fisichella e quando os dois se aproximaram do mesmo grupo de retardatários que atrapalhou Hakkinen, o alemão rapidamente foi aos boxes na volta 30. A Benetton demorou apenas uma volta para reagir a tática da Ferrari, mas Fisichella realmente perde muito tempo e quando retorna à pista, estava atrás de Schumacher.

Wurz assumia o segundo lugar 35s atrás de Hakkinen, que aproveitou a boa frente sobre os rivais para fazer sua única parada na volta 36 e ainda retornar na ponta. Wurz ainda estava para fazer seu pit-stop e era fortemente pressionado por Schumacher. Quando o austríaco se preparava para colocar uma volta num grupo de retardatários, Schumacher viu uma brecha e colocou por dentro no hairpin Lowes. Schumacher e Wurz andam algumas curvas lado a lado, se esfregando um no outro e nos muros. Na saída da Portier, Wurz tirou o pé, mas os vários toques não acabam impunes e Schumacher toca no guard-rail no setor das Piscinas e no final da volta o alemão retornou aos boxes. Michael chega a sair do carro, mas é convencido a voltar ao cockpit, enquanto os mecânicos da Ferrari consertavam a suspensão traseira do seu carro. Schumacher retorna à pista duas voltas atrasado, na tentativa de marcar pontos. Algo que ele não conseguiria ao final da corrida...

Wurz finalmente faz sua parada na volta 43 e sua bela briga com Schumacher o fez perder tanto tempo que o austríaco acaba atrás de Irvine, mas o piloto da Benetton nem teria muito tempo para se lamentar. Wurz perdeu o controle do seu carro dentro do túnel e bateu forte, destruindo seu carro e relembrando o acidente do seu compatriota Karl Wendlinger quatro anos antes, mas felizmente Wurz estava ileso. Depois desse acidente, a corrida fica estática, que ainda veria os abandonos de Trulli e Alesi, quando ambos vinham na zona de pontuação. Na primeira vez que via a bandeirada em Mônaco, Mika Häkkinen conquistou sua quarta vitória em seis corridas na temporada 1998 e tinha uma clara vantagem no campeonato. Fisichella completou em um ótimo segundo lugar, bem à frente de Irvine, que salvou as honras da Ferrari. Salo terminou em quarto e marcou os primeiros pontos da Arrows naquele ano, acompanhado por Diniz, que era sexto. Na última volta, o brasileiro quase foi atingido por Schumacher, mas por sorte Diniz não sofreu nenhum toque. Apesar de uma corrida anônima, Villeneuve conseguiu dois pontos em quinto lugar. Com a McLaren dominando, particularmente com Hakkinen, a temporada 1998 parecia fadada ao marasmo de um único piloto vencendo quase todas as corridas com um carro nitidamente superior aos outros. Porém, Schumacher já havia mostrado do que ele capaz com carros inferiores...

Chegada:
1) Hakkinen
2) Fisichella
3) Irvine
4) Salo
5) Villeneuve
6) Diniz  

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